Nós



O mundo pertence-me...
Está nas tuas mãos!
As tuas mãos são minhas...
E o Mundo é teu!

Pões um laço num presente
Um presente mal embrulhado...
Queres-mo oferecer!
Aceito-o porque é meu...
Dás-mo, porque vem de ti

Deslizamos violentamente contra ventos
Onde subimos montanhas íngremes...
Partimos do cume...
Que escaladas vertiginosas para vales!

Ervas indesejadas crescem...
Crescem num perfeito jardim de rosas floridas...
Estão desenquadradas...
E se as arrancasse-mos?
Voltariam a crescer!?
E se voltassem a crescer?
Voltaríamos a arranca-las!?
Quem tem a bandeira Branca?
Elas ou Nós...
Nós ou Elas...
Mas afinal o que procuramos?
Tudo?
Nada?

Contento-me com um meio-termo...
A luta do saber que não se sabe tudo...
A consciência que nada é controlado.
O sentimento de revolta sem resposta...
A plenitude de uma caixa cheia de vazios...
E o saborear de um novo dia a seguir a um Velho...
Talvez seja isso que procuramos...
È o que nos faz e desfaz...
Uma estrada sem sinais...
É aquilo que sou...
É aquilo que és...
A dificuldade não é andar...
Não...
É sim andar a olhar tudo em frente,
Sem saber para onde se vai...
Vou tentar...
Se não conseguir!
Volto a tentar...
Sou eu...

João Roso